sábado, 8 de novembro de 2008

Is the end of the world as I know it

Tentei o quanto pude. As palavras enganam e não sei como reagir. E não posso voltar. O tempo é traiçoeiro e passa. Tentei o máximo que pude.
O peito angustiado não sabe se vai ou se fica. Se ganha dinheiro ou se vive. Não tem coragem de partir e não aguenta mais ficar. Tentei o quanto pude. Mesmo agora, quando as palavras demoram a sair, continuo procurando. Imagino textos infinitos, palavras incontáveis publicadas na tela do computador. Tudo impede. A angústia não me deixa escrever. É que sou decidida, cheia de certezas, pronta para o front. Momento de escolha me deixa sem ar. Os olhos grandes de criança observam o mundo assustados. O tempo passa e sempre chega a hora de decidir.
Jornalismo é salário vida. Um mundo de possibilidades. Turbilhão de informações. Uma agenda apertada e olheiras cobertas por maquiagem.
Do outro lado do mundo, tempo e dinheiro. Projetos paralelos. Vida calma e estável. Tempo para cuidar das olheiras. Tempo para olhar para dentro. Tempo. Esse mesmo que corre sem que eu veja, que me angústia, que compete com o salário vida. Vou sair antes da festa acabar. Eu vou embora na parte boa, antes que o melhor chegue ao fim. É sempre assim.
Não consigo saber se é sonho ou realidade. Fico desconcertada. Quem não sabe ouvir elogio é mesmo patético. Eu tentei o máximo que pude. Escolhi o melhor vestido, tento de verdade ser uma pessoa melhor. É sério, sempre. Eu vou, me jogo, mas sempre arrumo um jeito de estragar tudo. Um jeito doce de dizer que não, um jeito confuso de não conseguir escolher, uma desculpa qualquer para não ser feliz.
E esse texto muda de tom conforme a música. Não sei se essas palavras são reais. Palavras enganam. E já é hora de desistir e entender. O que nos impede de ser francos. Os pequenos problemas são pequenos, se soubermos dizer que sim. Eu prometi dizer mais sim. Só que nunca temos a mesma chance duas vezes. O que passou sempre será um retrato em preto e branco, daqueles que vão amarelando e sempre pensamos com carinho.

Um comentário:

Anônimo disse...

Seus textos são sempre muito inspiradores! Amei a matéria da Casa do Mago. Sinistro... Deu uma lida no anúncio do final da revista? É isso mesmo ou o novo código me pregou uma peça? kkk
Bjs
Jaq