Abri curiosa o céu. Assim, afastando de leve as cortinas. Eu queria rir, chorar,
ou pelo menos sorrir, com a mesma leveza com que os ares me beijavam.
Eu queria entrar, coração ante coração, inteiriça, ou pelo menos mover-me um pouco, com aquela parcimônia que caracterizava as agitações me chamando.
Eu queria até mesmo saber ver, e num movimento redondo como as ondas
que me circundavam, invisíveis, abraçar com as retinas cada pedacinho de matéria viva.
Eu queria (só) perceber o invislumbrável no levíssimo que sobrevoava.
Eu queria apanhar uma braçada do infinito em luz que a mim se misturava.
Eu queria captar o impercebido nos momentos mínimos do espaço nu e cheio.
Eu queria ao menos manter descerradas as cortinas na impossibilidade de tangê-las.
Eu não sabia que virar pelo avesso era uma experiência mortal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário