sábado, 22 de março de 2008
Todos os caminhos levam à rede
Jorge Amado discordaria, mas digo que muito pouco acontece em pequenas cidades do litoral sul da Bahia. Quatro dias de sol são sentidos como se fossem apenas um, só que interrompido por esparsos cochilos na rede. Perder a noção da hora e do dia semana é fácil, quilomêtros de praia deserta, sensacional. "Brigadeiros do bom" dão sono, muito sono. Como dizem os nativos, uma lezeira arretada. Lezeira daquelas de ficar curtindo na rede, ipod no ouvido. O mar verde-azul turquesa sempre por perto. E aí, muquequa, biju, acarajé, cocada, bastante dendê e o sotaque preguiçoso. E aí dá uma lezeira, daquelas que pedem rede no final da tarde, pôr-do-sol e o cochilo depois do banho. O som do berimbau, a roda de capoeira, os sinos da igreja da praça para a missa de páscoa, o burburinho do anoitecer. Cigarras, grilos e sapos. O movimento na praça, o fazer nada no café, o jeitinho baiano. E o brigadeiro especial - agora na mochila, embrulhadinho para os amigos. Um pedaço da Bahia, onde todos os caminhos levam à rede.
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