segunda-feira, 12 de maio de 2008
Aqui tem catupiry
O café fechou, a música do restaurante parou de tocar, o garçom olhou meio de lado, e as cadeiras do bar estão sendo postas em cima das mesas. A garrafa de vinho esvaziou, o copo de cerveja já entornou, mais uma água, por favor. Aí tem catupiry, acho que dá um caldo, mas e agora, garçom? Se já perdemos a noção da hora, me diga agora como hei de partir. Queria caminhar eternamente pelos espelhos, espelhos, espelhos, espelhos de Hilal, só que esta noite não consegui dormir direito. Andava tão encolhida no mais profundo de mim mesma que me surpreendi quando notei que as minhas mãos cabem dentro da sua e que essa é realmente a melhor maneira de aquecê-las. Os meus pés ainda não tocam os seus, mas isso é porque eles não estão tocando o chão. Agora não há sopa de cebola, chá de hortelã, xale de lã, nem pijama de flanela xadrez que me reconfortem. Até mesmo o meu edredon de pena de ganso deixou passar um friozinho e essa noite eu não consegui dormir, mas não foi por nada não.
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