Observa a formiga encontrar seu caminho sobre a mesa de laca bege - o bichinho mexe as perninhas rápido demais, as antenas buscam espaço livre. Seu rosto tem manchas vermelhas, sinal do pranto. A lista de afazeres é infinita. Não vai dar tempo, não vai dar tempo. Corre para lá e para cá como o coelho branco, de Alice no País das Maravilhas. De vez em quando bate um desespero e ela chora ainda mais. É filme, é blog, é site, é revista, é jornal. Todas as mídias em uma pessoa só. Curto –circuito. As amigas ficam para depois, a academia para janeiro, manicure também. Sai às 7h, volta às 3h – tudo da manhã. Tem que terminar antes que 2008 acabe. E às vezes, mas só às vezes, quando a lista de afazeres é escrita em pilot vermelho no bloquinho de anotações, a cabeça pára de pensar. E ela observa a formiga ser livre sobre a mesa.
Dois mil e nove é um suspiro.
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