domingo, 23 de setembro de 2007

Tire suas maos de mim

É sábado a noite, o quarto está escuro, o teto roda (ou seria a cama?). É difícil achar uma posição. A cama é de casal. O lado direito está desocupado. O corpo se esparrama numa tentativa de ocupar o espaço vazio. Ilusão. A mão esquerda não é suficiente para a direita - não dá para enganar, elas se reconhecem: "Me larga. Procuro algo que não seja eu" Ponto final Backspace até o início da frase

É sábado a noite, o quarto está escuro. Rodamos, rodamos, rodamos e não conseguimos parar em lugar nenhum. Já faz uma semana que o Seu Martin fechou e elas ainda se sentem um pouco desorientadas. Nenhum outro lugar é tão íntimo quanto o Seuma. Nenhum outro lugar tem tantas histórias quanto o Seuma. Nem a lembrança de tantos encontros, términos e beijos. Nem tantas risadas, fofocas e lágrimas. Enfim, o que fazer agora sem o Seuma? Será dificíl arrumar mesa em outro lugar Ponto final backspace até o início da frase

É sábado a noite, o quarto está escuro e eu tenho medo. Medo de nunca mais me apaixonar Ponto final backspace até o início da frase

É sábado a noite, o quarto está escuro e eu não quero nunca mais levantar da cama. Estou com medo. Por que tenho que ser sempre tão boa aluna? A tarefa era aprender a ficar sozinha. Estou me formando com louvor. Agora tenho medo de nunca mais desaprender. Medo de nunca mais me apaixonar. Ando exigente e chata. Acho lá fora entediante e igual. Até o Seuma fechou as portas, sem ele o teto nunca mais vai girar. Meu corpo se esparrama por todos os lados. Carolina recheada de chocolate. O corpo se esparrama numa tentativa de ocupar o lugar vazio, em vão. Estou cheia de mim mesma. A mão esquerda não é suficiente para a direita - não dá para enganar, elas se reconhecem: "Me larga. Procuro algo que não seja eu".

xxxxxx

É sábado a noite. O quarto está escuro. As palavras surgem em minha mente como pesadelos, espantam o sono. Preciso escrevê-las, mas o corpo não aguenta, sabe que assim que chegar ao computador já terão desaparecido. Rascunhos mentais começam a se formar. Os parágrafos não têm continuidade. Também não agradam. Idéias soltas. Amanhã. Amanhã, assim que acordar eu escrevo.

2 comentários:

Mariana disse...

gosto tanto da maneira delicada que vc escreve, ate de "desastres"...

o seu martin fechou? tive la outro dia almocando... nem me despedi...

Anônimo disse...

carol!!
vim aqui dar uma xeretada e to adorando....eu tb n sabia q o seu martin tinha fechado, vim pro mexico sem dar tchau....q triste!!! to saudades suas! espero q esteja tudo bem com a senhorita!! beijocas!