quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Sinais de fumaça

De repente senti aquele rombo no estômago. Não era fome, não era dor, era apenas espaço e vontade de chorar. Aí o livro "Correio do tempo", do Mario Benedetti, repousava na mesa ao lado. As palavras se inflitraram no meu corpo. Foi só essa frase, assim, jogada numa página qualquer "Estou cercada de próximas ausências e distantes presenças", postei. Um post chulo e insignificante. Fiquei com vontade de escrever mais, de comprar o livro e de chorar. Lembrei de você, lembrei que é carnaval, que cairemos na folia tão distantes e tão próximos. Desejei o seu abraço. Lembrei do inferno astral. Deve ser isso, precipitação de sensações. O inferno astral chegou 15 dias antes, junto com a saudade e a vontade de pular. O vazio no estômago. Mario Benedetti criando palavras para o meu sentimento. A chuva por cair. Eu antes da tempestade.
"a nuvem que é de âmbar ou algodão
o amor que carece de palavras
os barros da lembrança/ a luxúria
ou seja que os signos pelo ar
são sinais de fumaça/ mas a fumaça
leva consigo um coração de fogo"

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