sábado, 25 de agosto de 2007

O perigo do tédio (da série: a vida debaixo do viaduto)

O tédio pode fazer as pessoas se apaixonarem. Esse é o grande perigo das tardes de sábado
passadas em branco na redação de um jornal. O plantão estava entediante. Eu já havia cavucado o orkut de todos os meus ex-namorados, ex-ficantes, ex-amigos, e futuros ex qualquer coisa; já havia descoberto coisas que não queria saber, coisas que não me importava saber e mais algumas sem nenhuma relevância. Já tinha lido os blogs de todos os conhecidos e daqueles que espero conhecer um dia. Fuxiquei fotologs de pessoas que não imagino quem sejam. Anyway, no meio do maremoto que o tédio pode causar, um raio de luz atingiu a minha mente e tive o melhor insight da minha vida: o Antonio Prata é a minha alma gêmea. Agora, não tenho a menor idéia do que farei com essa informação. Nem com as outras que descobri...

Sem ignorarmos o fato de que o Antonio acabou de voltar da China, e eu ainda sonho em ir pra lá; que ele é escritor, e eu ainda sonho em ser; que ele está escrevendo um romance, e eu ainda quero escrever, somos almas gêmeas.

Por exemplo, na quinta-feira, depois de mais uma noite com três pessoas dançando na pista da Pista 3, tive uma sensação que vem se repetindo incessantemente, mas nada do mundo me fazia conseguir colocá-la em palavras. O Antonio conseguiu, leia "alguma coisa melhor para fazer", no blog dele. É praticamente a versão masculina da minha história.

"tive o primeiro lampejo existencial e me dei conta de que estava atravessando uma noite absolutamente vazia e sem sentido ao fim da qual minha vida não haveria mudado nem um milímetro, apenas minhas roupas teriam um terrível cheiro de cigarro. Será que eu estaria atravessando uma vida absolutamente vazia e sem sentido?"

O ministério da saúde adverte: Saber tantas novidades sobre tantas pessoas ao mesmo tempo,
e não ter nada além delas para pensar,pode causar sério problemas mentais.

Um comentário:

Pedro Lago disse...

Esse é o mal da contemporaneidade, é tanta informação com tanta curiosidade, que quando damos conta, já estamos longe, bem longe.
:-)