Todas as coisas acontecem por uma razão. Aposto que descobrir o motivo que me fez perder o celular no início da noite de uma sexta-feira não será nada fácil. Algumas hipóteses me vêm à cabeça:
1. Noé pode estar construindo uma nova Arca. A previsão do tempo é prova disso. Então perdi o telefone, porque como eu não acho que seja a pessoa mais indicada para dar continuidade à espécie humana, inconcientemente achei melhor não deixar que ele me achasse;
2. Talvez perder o aparelho seja a única forma de conseguir me libertar das mensagens de texto que aquele cara que eu estou proibida de mencionar o nome me mandou um dia, ou noite, ou tarde;
3. Uma hipótese melhor ainda: apagar de uma vez por todas o número do telefone dele. E de todos os amigos dele;
4. A perda do celular foi um castigo por todas as vezes em que desliguei o telefone na cara dos vendedores das operadoras. A punição foi passar a manhã de sábado falando com operadores de telemarketing, perder mais de três horas da tarde de domingo numa fila na loja da Vivo, na Barra, sair de lá com um celular de R$49,90, e chegar em casa e descobrir que o aparelho é tão barato porque não pega no meu quarto;
5. Aprender que discar aleatoriamente números de telefones que lhe vêm a cabeça não é uma boa maneira de descobrir a quem eles de fato pertecem;
6. Decorar os telefones das pessoas queridas é fundamental;
7. Ficar incomunicável durante um final de semana inteiro incentiva o contato com familiares, do mesmo jeito que ficar sem energia elétrica nas noites de domingo.
Um comentário:
Nesses tempos acelerados, quando ficamos sem telefone, ou quando falta luz, percebemos o quanto nossa paranóia é gritante. Jamais terei um celular que dê para ler e-mail, imagina só.
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