Eu aqui. Você ali.
Primeiro foram letras pretas surgindo na tela. 3 da manhã e aquele desconhecido já sabia muito da minha vida e já se abria como se a uma vida me conhecesse. A partir daí as letras pretas foram construindo um castelo de histórias. Já em tão pouco tempo conseguíamos nos querer e nos dizer palavras tão intensas. Fiquei com medo. Como vai ser quando eu olhar para você? Eu não sabia mais a sua voz, e sua cara estava imersa nos meus sonhos e fantasias. Impossível de separar a esta altura. Como vai ser quando você olhar para mim? Como vou saber se o que dizes realmente acompanha suas verdadeiras vontades?
Eu aqui e você comigo.
Mas até que foi fácil sair com você, mesmo sabendo de todas as suas dificuldades. Fui abrindo os braços, assim, lentamente, sem nem perceber que eu abria justamente para você caber dentro deles. Ainda sem saber as medidas de seu corpo, meus braços já dançavam, soltos pelo ar. A partir daí , virou um beijo gostoso. Andar de mãos dadas sem me dar conta. Olhar para você enquanto falava palvras bonitas. Sinceras. Esperar o elevador chegar da garagem, perceber o abraço que você em seguida iria me dar. Eram roupas no chão e logo em seguida o despertador tocando. Esperar para saber o que iria acontecer.
Você aqui. Eu ali.
Depois de me tirar do meu canto, me levar para junto de você, você foi. Uma hora me diz que eu não te quero e quase me faz acreditar. Noutra diz que não está afim, não está preparado. Uma vida de diferença. Ai este maldito tempo. Mas a sua experiência não te ensinou que nessas horas não existe tempo? Será que eu vou ter que te aprender que ele, o tempo, muitas vezes não obedece sua ordem natural? Não me deixe ir antes de me conceder a última dança. Porque se eu for, me levo comigo, e nada fica.
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