domingo, 10 de junho de 2007

Casamentos perfeitos: a influência da vida pessoal na profissional

Casamentos inabaláveis são raros, principalmente entre duas pessoas completamente diferentes. Mas quando os opostos se tornam complementares, a relação tem tudo para ser eterna. Na gastronomia é igual. Quando servidos lado a lado, sabores e texturas contrárias podem compor um casamento perfeito. Não é à toa que goiabada com queijo chama-se Romeu e Julieta e que o biscoitinho amanteigado com doce-de-leite foi batizado casadinho. As afinidades químicas entre os ingredientes são estudadas na culinária molecular. Mas, para saber se um sabor realmente combina com o outro, a melhor estratégia é mesmo provar. “Fora as novas combinações, existem os casamentos culturais, que já entranhados na nossa cultura, como o arroz com feijão, abóbora com carne seca, pão com manteiga e o café com leite”, comenta o chef Rafael Molina, do restaurante Esch Café. De tão populares, o pão com manteiga e o café com leite saíram do balcão das padarias para a mesa das cafeterias. Há também os casamentos estrangeiros, que acabam caindo no gosto do brasileiro. O espaguete à bolonhesa é um exemplo, e por isso tem lugar cativo no cardápio do D'Amici, um dos italianos mais sofisticados do Rio. Também gringo mas com toda pinta de nacional é o casal churros e doce de leite. Tão complementares que não adiantou a chef Roberta Ciasca, do Miam Miam, incluir no menu a sobremesa com dois recheios – o de chocolate e o de baba-de-moça – além do tradicional. “O de doce-de-leite era disparado o mais pedido. Excluí as outras opções e passei a servir acompanhado de compota de banana”, conta Roberta. Outra invenção que não funcionou: a compota sempre sobra no prato. Sinal de que, na gastronomia, é nos casamentos perfeitos que todo mundo mete a colher.

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