sábado, 9 de junho de 2007

Coletivos

À tarde fazia aquele solzinho gostoso de outono. Aquele em que, por estar frio na sombra, nos aquecemos no sol mesmo usando nossos casacos. E foi numa tarde dessas, em um dia de trabalho, que se fez o cenário. E não demorou para que se transformasse numa noite agradável, daquelas que a gente se abraça para se aquecer. Nessa noite eu fui, ainda a serviço, assistir ao desfile da carioca Alessa. Aquela das calcinhas. Antes de começar, no burburinho dos corredores se questionava a qualidade do desfile. Será que ela sustentaria um desfile no horário nobre do Fashion Rio?

No desfile da caprichosa publicitária que faz calcinhas e também roupas, o show começara antes mesmo de ter se iniciado de fato. Enquanto nos acomodávamos em nossos lugares, viam-se na passarela cortinas gigantes feitas com tecido do tipo florido à la vó. Já se notava o tom lúdico que iria reinar durante o espetáculo. As cortinas se abriram, e voilá, o desfile começou. Enquanto nos embalávamos ao som de uma canção romântica de Roberto Carlos, aparecia no fundo da passarela um imenso balanço. A modelo que se balançava, desceu, e começou a caminhada.

Nas roupas, as estampas deflagravam o tema. COLETIVOS! E surgiam os vestidos incríveis, uns com inúmeros pássaros voando, outros com uma manada de zebra que mesmo ali paradas movimentavam o meu pensamento. As roupas apareciam e animavam as minhas fantasias. Até porque, eu estava ali, as vésperas do dia dos namorados, completamente embriagada daqueles coletivos que apareciam lindamente na minha frente. Para fechar com chave de ouro, Alessa apareceu linda e loura (morena), se balançando. Depois, correndo feito uma artista circense, ela veio para frente dos fotógrafos com sua blusa com os dizeres em letras garrafais: The End.

Lindo , lindo , lindo! Um simples desfile, a princípio nem tão bom assim, com modelos nem tão bonitas assim, se transformou em um show bem bom assim. Quando saí, percebi os casais que se abraçavam, as pessoas que sorriam. Talvez ninguém tenha se dado conta, mas eu tenho certeza que os coletivos andaram penetrando no imaginário de todos . É isso. The End.

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