terça-feira, 12 de junho de 2007

Tudo certo como dois e dois são cinco

Os sinais de que o dia dos namorados estava chegando apareceram cedo e foram aumentando gradualmente. Na segunda-feira, Joaquim Ferreira dos Santos alertava: Homem, procura-se. A semana continuou com a loucura do Fashion Rio e sem que eu percebesse thanks god it was friday. Foi aí que a coisa começou a ficar feia, ou bela demais, dependendo do ponto de vista. Alessa apresentou o último desfile da temporada. O tema? Coletivos. Uma metáfora sobre a liberdade, romance e fusão. Ao som de tudo em volta está deserto tudo certo / tudo certo como dois e dois são cinco, uma modelo entra na passarela vestindo um longo em “A” e com a letra “A” estampada. Anna? Logo em seguida o mesmo vestido com a frase THE END. Imaginei o meu fim e num piscar de olhor me transportei para o meio do coletivo. Mais sozinha do que nunca em meio a multidão, mas com essa solidão que é gostosa de sentir, cantei que todo carnaval tem seu fim. Que quem sabe o que é ter e perder alguém... E que aí, não há sequer um par para dividir. Cantei que até quem me vê na fila do pão, lendo o jornal, sabe que eu te encontrei. Que prefiro assim com você, juntinho, sem caber de imaginar, até o fim raiar. Cantei pra deixar o verão pra mais tarde. Porque a primavera chegou, e com ela meu amor. No sábado, já achava que a minha cota de romantismo tinha esgotado. Mas vi o quadro. "CAROLOVERS DAY com duas opções: não quero só ficar, ou pra sempre e mais um dia". Domingo, febre ardente. A menor chance de abandonar meu edredom de pena de ganso. Comecei um novo livro: O passado. Sugestivo? talvez... Mais uma segunda-feira: A caixa de mensagens guarda o seguinte e-mail: "Obrigada, Anna. Você está brava comigo? Nem um sorriso mais? Mas você continua linda!!! Beijos, J.E." Who the hell is J.E.?? Definitivamente um sinal. Mas o dia não termina, afinal é véspera do Dia dos Namorados. Um buquê de margaridas amarelas é entregue na redação. Não se anime, não são para mim. Mas quando o correio chega, a coisa melhora. Recebo um envelope gordo e sem remetente. Dele retiro um livro: "Contos de fadas eróticos - descubra as mais quentes fantasias de príncipes e princesas entre quatro paredes". A pessoa que me mandou o livro provavelmente não sabe que EU SOU UMA PRINCESA. Whatever. O embrulho veio com dadinhos eróticos de brinde. Jogo os dados. Beijar. Nuca. Ainda na segunda-feira, Joaquim Ferreira dos Santos alerta mais uma vez: Mulher, procura-se. Homens pedem a palavra: também estão sozinhos.

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